33 horas de busca e revelação em programa matinal: como polícia prendeu suspeito de matar Charlie Kirk

Assassino do influenciador e ativista americano Charlie Kirk se entrega à polícia
“Acho que, com um alto grau de certeza, o pegamos”, disse Trump no sofá do “Fox & Friends” na sexta-feira (12), na cidade de Nova York. “Ele está sob custódia”, afirmou o presidente. “Essencialmente, alguém muito próximo a ele o entregou.”
“Nós o pegamos”, disse o governador de Utah, Spencer Cox, a repórteres.
O suspeito mora em St. George, Utah, perto do Parque Nacional de Zion, a cerca de 400 km a sudoeste do campus onde Kirk foi baleado. Ele é o mais velho de três irmãos, e sua família é mórmom.
De acordo com a CBS, rede parceira da BBC nos Estados Unidos, duas fontes policiais disseram que o pai de Robinson reconheceu o filho a partir de imagens divulgadas pelo FBI. As fontes acrescentaram que o jovem de 22 anos confessou o crime ao pai, que o incentivou a se entregar.
Depois que ele disse que preferia cometer suicídio a se entregar, o pai ligou para um pastor que trabalha com jovens e é amigo da família. O pai e o pastor tentaram acalmar Tyler Robinson.
O pastor, que também atua como agente de segurança num tribunal, chamou os agentes federais, que detiveram Robinson.

Um memorial para Charlie Kirk em Orem, Utah. — Foto: Reuters via BBC
Um memorial para Charlie Kirk em Orem, Utah. — Foto: Reuters via BBC
Cox disse que um vídeo de vigilância mostrou o suspeito chegando ao campus da universidade em um carro do modelo Dodge Challenger de cor cinza às 08h29, no horário local — quase quatro horas antes do tiroteio.
O governador disse a jornalistas que os investigadores entrevistaram um membro da família, que disse que Robinson havia se tornado mais ativo politicamente nos últimos anos.
“O familiar mencionou um incidente recente, em que Robinson veio jantar e, na conversa com outro familiar, alguém comentou que Charlie Kirk estava vindo para a UVU”, relatou Cox. Durante a conversa, houve uma menção a como “Kirk estava cheio de ódio e espalhando ódio”.
As mensagens se referiam à necessidade de retirar um fuzil em “um ponto de entrega” — e que a arma havia sido deixada em um arbusto, enrolada em uma toalha.
O FBI disse na quinta-feira (11) que encontrou a suposta arma do crime — um fuzil Mauser .30-06 importado — enrolado em uma toalha em uma área arborizada perto do campus. Cox disse a repórteres que inscrições foram encontradas gravadas em estojos de munições recuperados com o fuzil, que tinha uma mira montada na parte superior.
O governador de Utah disse não ter conhecimento de nenhuma possível prisão adicional durante a investigação. Promotores estaduais disseram que planejam apresentar acusações formais contra Robinson na próxima semana.
Ele é acusado de homicídio qualificado, obstrução da justiça e disparo de arma de fogo com lesão corporal grave — acusações listadas em uma ficha de detenção do xerife do Condado de Utah, que foi obtida pela BBC.
O diretor do FBI, Kash Patel, declarou a repórteres que a cena do crime era grande, mas que havia sido investigada rapidamente e que as evidências forenses haviam sido recuperadas. Ele disse que os primeiros agentes federais chegaram ao local cerca de 16 minutos após Kirk ser baleado.
“Ontem à noite, o suspeito foi preso às 22h, no horário local”, disse Patel, ao encerrar uma caçada humana que durou 33 horas. O diretor do FBI disse que seus agentes estavam analisando 11 mil pistas.
Vários policiais da cidade de Washington e delegados do xerife do condado de Washington foram fotografados do lado de fora de uma residência associada a Tyler Robinson, na cidade do sudoeste de Utah, onde ele morava.
“Agora que o temos sob custódia, a investigação não para”, disse o comissário Beau Mason, do Departamento de Segurança Pública de Utah, à BBC.
Após atirar em Kirk a partir de um telhado, o suspeito pulou pela lateral do prédio e correu (veja vídeo abaixo). Ao descer da beirada do telhado, deixou marcas das palmas das mãos, onde peritos forenses conseguiram coletar DNA

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Ele também deixou uma marca de sapato que indicava que ele usava o tênis Converse, semelhantes aos que aparecem nas imagens de vigilância. Após sair do prédio, câmeras de segurança mostraram o homem atravessando uma área gramada antes de cruzar uma área com carros.
Ele atravessou a rua em direção a uma área arborizada, onde a arma de fogo que se acredita ter sido usada no crime foi encontrada posteriormente.
Na quarta-feira (10), Patel disse que outro possível suspeito havia sido brevemente detido para interrogatório antes de ser liberado.
Outra pessoa — vista em vídeos que viralizaram nas redes sociais — foi presa imediatamente após o assassinato, mas a polícia avaliou que ela não estava envolvida com o assassinato de Kirk.

Um grupo fez um memorial para homenagear Charles Kirk em Nova York. — Foto: EPA via BBC
Um grupo fez um memorial para homenagear Charles Kirk em Nova York. — Foto: EPA via BBC