CPI da JBS quer prever quarentena a procuradores

O presidente da CPI da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), afirma que um dos resultados da comissão deverá ser uma proposta de lei que preveja a obrigatoriedade de quarentena para procuradores que deixarem o Ministério Público. Ele cita o caso Marcello Miller. O procurador deixou a instituição em 5 de abril e passou em seguida a atuar no escritório que auxiliou os irmãos Batista a assinar acordo de delação do grupo JBS com a Procuradoria. Miller é suspeito de ter orientado os irmãos Batista, enquanto ainda ocupava o cargo de procurador, a fechar delação. “Não tenho dúvida de que a conclusão dos trabalhos dessa CPI vai culminar com propostas legislativas. Por exemplo da criação de uma quarentena. Temos que aprovar um projeto imediatamente”, disse. O presidente da comissão também lança dúvida sobre a conduta do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre a fiscalização das empresas do grupo JBS. Segundo Ataídes, dirigentes e ex-dirigentes desses órgãos devem ser chamados a prestar esclarecimentos. “Dificilmente essas duas entidades não viram o que estava acontecendo. Eles poderiam ter evitado essa catástrofe”, afirma o senador. “Esse monopólio da carne estava muito claro”, disse. O tucano nega que a comissão será esvaziada, mesmo depois de três senadores terem saído do colegiado já na segunda sessão. Ele diz ainda que a oitiva de procuradores é fundamental para o andamento da comissão, mas nega que o ex-procurador-geral Rodrigo Janot vá ser convocado. Por se tratar de autoridade, deve ser feito apenas um “convite”.