‘Histórica’ e ‘grande’: Irã e Israel disputam narrativa da vitória após 12 dias de confronto

Sob pressão de Trump, cessar-fogo frágil entre Israel e Irã entra em vigor

Sob pressão de Trump, cessar-fogo frágil entre Israel e Irã entra em vigor

Em um vídeo à nação israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o país obteve uma “vitória histórica” que será lembrada por gerações. Ele disse ainda que Israel precisa completar sua campanha contra o eixo iraniano, derrotando o Hamas e trazendo de volta os reféns mantidos pelo grupo na Faixa de Gaza.

Já o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, acusou Israel de iniciar a guerra, chamando o rival de “terrorista”. Segundo ele, o conflito foi encerrado com “sucesso” pelo Irã, que teria alcançado uma “grande vitória”.

Além disso, o Comando Militar do Irã divulgou um comunicado na imprensa estatal afirmando que Israel e EUA precisam aprender com os “golpes devastadores” conduzidos contra o território israelense e a base americana no Catar.

A ofensiva entre os dois países começou em 13 de junho, quando Israel bombardeou estruturas nucleares do Irã. Teerã revidou atacando cidades israelenses. Dezenas de pessoas morreram e centenas ficaram feridas.

O conflito escalou com a entrada dos Estados Unidos. No fim de semana, os norte-americanos bombardearam o Irã e disseram ter “obliterado” o programa nuclear do país. Na segunda-feira (23), o Irã respondeu com um ataque à base americana de Al Udeid, no Catar.

A resposta iraniana aos EUA, no entanto, foi considerada fraca pelo governo americano. Além disso, autoridades do Irã ouvidas pela imprensa internacional afirmaram que o país havia comunicado o Catar e os Estados Unidos sobre o ataque com horas de antecedência.

Segundo essas fontes, o objetivo era realizar uma ofensiva simbólica — uma forma de dar satisfação ao público interno sem fechar a porta para uma saída diplomática.

LEIA TAMBÉM

Cessar-fogo sob tensão

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu — Foto: Reuters

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu — Foto: Reuters

O cessar-fogo entrou em vigor por volta de 1h desta terça-feira, pelo horário de Brasília, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump. Mas relatos de novos ataques em Teerã e declarações cruzadas entre os envolvidos colocaram o acordo sob incerteza logo nas primeiras horas.

“Israel tem de se acalmar. Tenho de fazer Israel se acalmar”, afirmou Trump ao embarcar para a cúpula da Otan, em Haia. Em uma rede social, o presidente dos EUA alertou: “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação.”

Papel dos EUA e do Catar na negociação

Trump antes de embarcar para a cúpula da Otan, na Holanda — Foto: Mandel Ngan / AFP

Trump antes de embarcar para a cúpula da Otan, na Holanda — Foto: Mandel Ngan / AFP

O anúncio do cessar-fogo foi feito por Trump após uma ligação com Netanyahu. Segundo a Reuters, o Irã também aceitou a trégua após contato mediado pelo primeiro-ministro do Catar, com envolvimento direto de altos funcionários da Casa Branca.

De acordo com uma fonte oficial americana, o Irã sinalizou que cumpriria o acordo caso não houvesse novos ataques de Israel.

A mesma fonte confirmou que participaram das negociações o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

INFOGRÁFICO - Arte explica ataque dos EUA ao Irã e resposta de Teerã. — Foto: Arte/g1

INFOGRÁFICO – Arte explica ataque dos EUA ao Irã e resposta de Teerã. — Foto: Arte/g1

VÍDEOS: mais assistidos do g1