Netanyahu: Israel seguirá ofensiva em Gaza mesmo que Hamas aceite cessar-fogo

Benjamin Netanyahu em entrevista para a Sky News Austrália — Foto: Reprodução

Benjamin Netanyahu em entrevista para a Sky News Austrália — Foto: Reprodução

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que continuará a ofensiva na Faixa de Gaza mesmo que o grupo terrorista Hamas concorde com um acordo de cessar-fogo de “última hora” em entrevista à emissora Sky News Austrália.

“Vamos fazer isso de qualquer maneira. Nunca houve dúvida de que não deixaríamos o Hamas lá. Acho que o presidente Trump disse da melhor forma, dizendo que o Hamas precisa desaparecer de Gaza. É como deixar a SS na Alemanha. Sabe, você limpa a maior parte da Alemanha, mas deixa de fora Berlim, com a SS e o núcleo nazista lá”, declarou.

O premiê israelense argumentou que eliminar o último reduto do Hamas é essencial para uma paz duradoura, tanto para israelenses quanto para palestinos: “É para libertar Gaza, libertá-los da tirania do Hamas, libertar Israel e outros do terrorismo do Hamas, dar a Gaza e Israel um futuro diferente”.

Nesta quinta-feira (21), após a divulgação da entrevista para a TV australiana, ele disse ter ordenado o início imediato das negociações para a libertação de todos os reféns em Gaza e a conclusão da guerra em termos aceitáveis ​​para Israel.

“Acho que seu histórico será manchado para sempre pela fraqueza que ele demonstrou diante desses monstros terroristas do Hamas. Quando a pior organização terrorista do planeta – esses selvagens que assassinaram mulheres, estupraram-nas, decapitaram homens, queimaram bebês vivos na frente de seus pais e fizeram centenas de reféns – quando essas pessoas parabenizam o primeiro-ministro da Austrália, você sabe que algo está errado”.

O avanço do Exército de Israel em Gaza

Porta-voz militar israelense, Effie Defrin — Foto: REUTERS

Porta-voz militar israelense, Effie Defrin — Foto: REUTERS

Nesta quarta-feira (20), o Exército israelense iniciou os “primeiros estágios” da tomada da Cidade de Gaza, a mais populosa da Faixa de Gaza e já controla os arredores do local.

A operação militar na Cidade de Gaza e seus arredores será “progressiva, precisa e seletiva”, explicou um comandante militar israelense nesta quarta. “Alguns destes locais são zonas nas quais não operamos anteriormente, onde o Hamas ainda mantém capacidade militar”, detalhou. A operação “vai continuar até 2026”, antecipou a rádio militar.

O acordo de cessar-fogo, que ainda não teve resposta de Israel, prevê uma trégua de 60 dias e a libertação de metade dos reféns restantes em troca de prisioneiros palestinos.

Israel anuncia a convocação de 60 mil reservistas

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Nesta quarta-feira (20), Israel também aprovou um plano de colonização na Cisjordânia.

Nesta quinta-feira (21), 21 países – entre eles, Reino Unido, França, Espanha, Itália e Canadá – declararam, em um comunicado conjunto, que o plano é “inaceitável” e constitui “uma violação do direito internacional”.

O ataque do Hamas em outubro de 2023, que desencadeou a guerra, provocou a morte de 1.219 pessoas, segundo um balanço da agência de notícias AFP baseado em números oficiais. A ofensiva israelense matou mais de 61.500 palestinos, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.