Após fala de porta-voz da Casa Branca sobre ‘usar meios militares’, Itamaraty condena ‘ameaças de uso da força’

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota nesta terça-feira (9) em que “condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia.”

Casa Branca diz que Trump não teme usar 'meios militares' ao falar sobre Bolsonaro

Casa Branca diz que Trump não teme usar ‘meios militares’ ao falar sobre Bolsonaro

“O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas. É esse o dever dos três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania”, continua o texto do Itamaraty.

“O governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais”, conclui o ministério.

“A conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil chegou ao cúmulo hoje, com a declaração da porta-voz de Donald Trump de que os EUA podem usar até força militar contra o nosso país. Não bastam as tarifas contra nossas exportações, as sanções ilegais contra ministros do governo, do STF e suas famílias, agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível”, disse a ministra em uma postagem publicada em redes sociais.

Selo gif – julgamento da trama golpista (2 a 0) — Foto: Arte/g1

‘Meios militares’

A porta-voz da Casa Branca foi questionada sobre se o governo dos EUA tomará mais medidas retaliatórias ao governo brasileiro caso o julgamento de Bolsonaro termine com a condenação do ex-presidente.

Em resposta aos jornalistas, a porta-voz disse:

“O presidente [dos EUA, Donald Trump] não tem medo de usar meios econômicos nem militares para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, disse Leavitt. “A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. Presidente Trump leva isso muito a sério, e por isso tomamos ações contra o Brasil.”

A porta-voz também disse, no entanto, que “não há nenhuma ação adicional” contra o governo brasileiro no momento.