Militares dos EUA fazem visita-surpresa a Belarus, aliada da Rússia, para monitorar testes das forças russas

Militares dos EUA fazem visita a Belarus para monitorar manobras conjuntas com a Rússia
Dois militares dos Estados Unidos fizeram nesta segunda-feira (15) uma visita-surpresa a Belarus, aliada da Rússia, para monitorar um treinamento conjunto das Forças Armadas russas e belorussas.
Os militares norte-americanos haviam sido convidados pelo próprio governo de Belarus, que é hoje o aliado internacional mais fiel ao governo de Vladimir Putin mas também tem ensaiado uma aproximação com os EUA e o Ocidente.
O ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin, o único que havia sido previamente avisado sobre a visita dos norte-americanos, recebeu pessoalmente os militares nesta manhã e disse que mostraria qualquer coisa que eles quisessem ver.
“Mostraremos o que for do seu interesse. O que vocês quiserem. Podem ir lá e ver, conversar com as pessoas”, disse o ministro aos norte-americanos, que se recusaram a falar com repórteres.

Helicóptero belarusso faz disparos em exercícios militares conjuntos com a Rússia em Belarus, em 15 de setembro de 2025. — Foto: Pavel Bednyakov/ AP
Helicóptero belarusso faz disparos em exercícios militares conjuntos com a Rússia em Belarus, em 15 de setembro de 2025. — Foto: Pavel Bednyakov/ AP
O Ministério da Defesa disse que havia convidado integrantes de 23 países, incluindo membros da Otan, para visitar os campos de treinamento onde ocorrem as manobras conjuntas com a Rússia, batizadas de Zapad-2025.
“Quem imaginaria como começaria a manhã de mais um dia do exercício Zapad-2025?”, afirmou o ministério em um comunicado.
Aceno ao Ocidente

Militares norte-americanos (à direita) conversam com o ministro da Defesa belarusso durante visita-surpresa em 15 de setembro de 2025. — Foto: Ministério da Defesa de Belarus via AP
Militares norte-americanos (à direita) conversam com o ministro da Defesa belarusso durante visita-surpresa em 15 de setembro de 2025. — Foto: Ministério da Defesa de Belarus via AP
A presença dos oficiais norte-americanos é o mais recente sinal de aproximação entre Washington e Belarus, um aliado próximo da Rússia que permitiu que Moscou usasse seu território para enviar dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022.
Isso fez com que os Estados Unidos e vários países europeus aplicassem duras sanções contra o governo belarusso, o que tornou o país ainda mais dependente da Rússia. Em busca de eliminar algumas dessas sanções, o presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko, tem tentado diálogo com líderes ocidentais.
Na semana passada, o representante do governo de Donald Trump John Coale esteve em Minsk para conversas com Lukashenko, que concordou em libertar 52 prisioneiros de suas prisões, incluindo jornalistas e oponentes políticos.
Em troca, os EUA concederam alívio das sanções à companhia aérea nacional bielorrussa Belavia, permitindo à companhia prestar serviços e comprar componentes para sua frota, que inclui aeronaves Boeing.
Trump quer reabrir a Embaixada dos EUA na Belarus em um futuro próximo, normalizar os laços e reavivar a relação econômica e comercial, disse Coale.
Trump, que vem tentando negociar o fim da guerra na Ucrânia, está cultivando laços mais estreitos com Lukashenko. Na semana passada, Trump enviou a Lukashenko uma carta amigável assinada à mão por Coale.
Testes com novo míssil
Como parte do exercício conjunto com as forças belarussas, a Rússia realizou nesta segunda-feira um ataque-teste com um míssil Kalibr do submarino nuclear Arkhangelsk no Mar de Barents, informou a agência de notícias russa Interfax.
O ataque ao alvo designado foi realizado pelo submarino a partir de uma posição submersa, disse ainda a Interfax.