Dólar cai a R$ 5,40, após decisões de juros e à espera de novos dados econômicos; Ibovespa sobe

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O dólar opera em queda nesta quinta-feira (11), recuando 1,17% por volta das 14h, a R$ 5,4049. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia 0,43%, aos 159.767 pontos.

Os investidores iniciam esta quinta-feira atentos aos desdobramentos das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto esperam novos dados econômicos. Além disso, o cenário político no Brasil segue influenciando o humor do mercado.

▶️ No Brasil, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, sem sinalizar claramente quando começará o ciclo de cortes. Apesar do tom conservador, revisões indicam que a inflação pode atingir o centro da meta já na primeira reunião de 2026.

▶️ Hoje, os investidores aguardam dados como pedidos de auxílio-desemprego, estoques no atacado e balança comercial, que deve registrar déficit de US$ 63,3 bilhões.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:

💲Dólar

  • Acumulado da semana: +0,66%;
  • Acumulado do mês: +2,50%;
  • Acumulado do ano: -11,51%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +1,08%;
  • Acumulado do mês: 0,00%;
  • Acumulado do ano: +32,25%.

Decisões de juros

No comunicado, o BC afirmou que a taxa deve ficar alta por um “período prolongado” devido às incertezas, inflação ainda pressionada e atividade resiliente — sem qualquer sinal de cortes.

🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

▶️ Com esse desempenho, a inflação voltou a se manter dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que trabalha com meta de 3% e admite variação até o teto de 4,5%.

Esse foi o terceiro corte seguido nos juros americanos — e também o terceiro em 2025. Na reunião anterior, em outubro, o Fed reduziu a taxa na mesma proporção, para a banda de 3,75% a 4% ao ano.

Além da decisão, o Fed divulgou suas projeções para 2026, apontando apenas um corte nas taxas. A informação frustrou agentes do mercado financeiro, que esperavam sinalização de pelo menos duas reduções ao longo do próximo ano.

Como previsto por analistas, a votação não foi unânime. Dos 12 membros votantes do Fomc, nove votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual, incluindo o presidente do Fed, Jerome Powell.

O diretor Stephen Miran, nomeado por Trump em setembro, defendeu um corte maior, de 0,50 ponto percentual. Já outros dois integrantes do colegiado preferiram manter os juros.

Agenda econômica

  • Vendas no varejo do Brasil

As vendas no varejo brasileiro cresceram 0,5% em outubro na comparação com setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado contrariou a expectativa da pesquisa da Reuters, que apontava para uma queda de 0,1%.

Esse foi o maior avanço do setor em sete meses — desde março, quando as vendas tinham subido 0,7%. Na comparação com outubro do ano passado, o varejo também registrou alta de 1,1%, enquanto analistas projetavam recuo de 0,2%.

O setor tem enfrentado um ambiente de crédito mais restrito em razão da taxa Selic — a taxa básica de juros do país, definida pelo Banco Central — que permanece elevada.

Esse cenário de juros altos limita o consumo e, ao longo do ano, o varejo tem apresentado resultados próximos de zero. Apesar disso, o mercado de trabalho aquecido e a renda mais alta ajudam a sustentar parte das vendas.

Entre os oito grupos pesquisados pelo IBGE, sete registraram crescimento em outubro:

  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +3,2%
  • Combustíveis e lubrificantes: +1,4%
  • Móveis e eletrodomésticos: +1,0%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: +0,6%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +0,4%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: +0,3%
  • Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: +0,1%

O único setor com queda foi Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 0,3%.

  • Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA

O número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA — indicador que mostra quantas pessoas solicitaram o benefício pela primeira vez — aumentou em 44 mil na semana encerrada em 6 de dezembro, totalizando 236 mil solicitações.

O número da semana anterior, encerrada em 29 de novembro, foi revisado levemente para cima: de 191 mil para 192 mil.

O resultado ficou acima da projeção da consultoria FactSet, que estimava 213 mil pedidos.

Já os chamados pedidos continuados — que mostram quantas pessoas seguem recebendo o benefício — diminuíram em 99 mil na semana passada, chegando a 1,838 milhão. O número veio abaixo da estimativa de 1,932 milhão. Esse dado é sempre divulgado com uma semana de atraso.

  • Déficit comercial dos EUA

O déficit comercial dos EUA — diferença entre o que o país exporta e importa — recuou 10,9% em setembro em relação a agosto, somando US$ 52,8 bilhões, segundo o Departamento do Comércio. Analistas consultados pela FactSet esperavam um déficit maior, de US$ 66,6 bilhões no mês.

O dado de agosto também passou por revisão: o déficit foi ajustado de US$ 59,6 bilhões para US$ 59,3 bilhões.

As exportações dos EUA aumentaram 3% em setembro, alcançando US$ 289,3 bilhões, acima da estimativa de US$ 281,5 bilhões. As importações, por sua vez, avançaram 0,6%, totalizando US$ 342,1 bilhões. Analistas projetavam US$ 344,7 bilhões.

Bolsas globais

Em Wall Street, os principais índices abriram de forma mista nesta quinta-feira (11). Parte dos investidores ficou cautelosa após a Oracle indicar que deve ampliar seus gastos com tecnologia de inteligência artificial (IA), movimento que gerou preocupações sobre custos e rentabilidade.

Esse fator acabou limitando o otimismo que vinha do Federal Reserve, que sinalizou uma postura menos “hawkish” — ou seja, menos inclinada a elevar os juros — na condução da política monetária.

Na abertura, o Dow Jones Industrial Average subia 0,21%, para 48.157,04 pontos, enquanto o S&P 500 perdia 0,42%, a 6.857,45 pontos, e o Nasdaq Composite tinha queda de 0,71%, para 23.485,26 pontos.

As principais bolsas europeias operam em alta nesta quinta-feira, refletindo o otimismo após o corte de juros pelo banco central dos Estados Unidos e os comentários sobre a condução futura da política monetária.

Sem divulgação de dados relevantes na região, os investidores também aguardam a decisão do Banco Nacional Suíço, prevista para hoje, com expectativa de manutenção das taxas.

Durante a manhã, o índice pan-europeu STOXX 600 avançava 0,23%, enquanto o DAX, em Frankfurt, registrava alta de 0,19%. Em Londres, o FTSE 100 subia 0,06%, e o CAC 40, em Paris, tinha um ganho mais expressivo, de 0,56%.

Na Ásia, as bolsas fecharam em queda nesta quinta-feira após a decisão de juros nos EUA. No cenário doméstico, a atenção do mercado se voltou para a Conferência Central de Trabalho Econômico da China, que define a agenda econômica do país para 2026.

Analistas esperam que a maior economia do mundo mantenha uma meta de crescimento de cerca de 5% para o ano que vem.

No fechamento, o índice de Xangai teve queda de 0,7%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,86%. Ambos os índices registraram seu terceiro dia consecutivo de perdas. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve perda de 0,04%.

No Japão, o Nikkei perdeu 0,90%, a 50.148 pontos. Em outros mercados, o Kospi, na Coreia do Sul, caiu 0,59%, para 4.110 pontos; o Taiex, em Taiwan, recuou 1,32%, a 28.024 pontos; e o Straits Times, em Cingapura, destoou com alta de 0,28%, a 4.524 pontos

Dólar — Foto: freepik

Dólar — Foto: freepik

*Com informações da agência de notícias Reuters