Soja: Brasil mantém preços acima dos R$ 100 nos portos nesta 4ª apesar da forte baixa do dólar
Apesar da pressão que a baixa de quase 3% do dólar frente ao real exerceu sobre as cotações da soja nesta terça-feira, os preços da soja seguem firmes no mercado brasileiro e ainda marcando valores acima dos R$ 100,00 por saca nos portos do país.
Os valores encerraram o dia com referências entre R$ 102,00 e R$ 103,00 por saca entre no disponível e para a soja maio, com perdas de pouco mais de 1%. O que trouxe uma leve amenizada à pressão foi os leves ganhos registrados pelos futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago.
Com a moeda norte-americana recuando intensamente pelo segundo dia consecutivo – e fechando em R$ 5,35 nesta quarta – o ritmo de negócios no Brasil já é mais limitado. A safra 2019/20, afinal, já está mais de 80% comercializada e a oferta disponível é cada vez mais limitada.
Muitos especialistas, entre analistas, consultores e representantes de entidades do setor, já vinham sinalizando um volume bastante escasso do produto no país no segundo semestre, a ser disputado pela indústria nacional e pelas exportações.
A soja do Brasil segue ainda muito competitiva para os importadores, porém, aos poucos eles começam a se voltar para ofertas mais baratas vindas dos EUA. E nesta quarta, um dos fatores de suporte para as cotações da soja na Bolsa de Chicago vieram da baixa do dólar, segundo explicam analistas e consultores de mercado.
No link abaixo, confira uma live realizada nesta quarta-feira com o consultor da Cerealpar, Steve Cachia, direto de Malta sobre o complexo soja no cenários nacional e internacional.
Segundo Cachia, o mercado interno acompanha a oferta ajustada e os bons negócios para a safra nova – com mais de 30% já comercializada. No internacional, impactos do petróleo, demanda por proteínas animais e início da nova temporada dos EUA em destaque.
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MERCADO INTERNACIONAL
No pregão desta quarta-feira, os futuros da soja encerraram o dia com altas de 4 a 5,75 pontos nos principais contratos, com o maio valendo US$ 8,31, o julho US$ 8,37 e o agosto, US$ 8,38 por bushel.
O mercado ainda sofre a pressão da ausência da China no mercado norte-americano, mas aproveitou a quarta-feira e o período do final do mês para tomar um fôlego e reajustar suas posições, além de sentir o estímulo do dólar mais baixo frente ao real.
CHICAGO (Reuters) – Processadores de soja dos Estados Unidos provavelmente esmagaram um recorde de 5,746 milhões de toneladas de soja em março, ou 191,5 milhões de bushels, segundo a média das estimativas de nove analistas ouvidos em pesquisa da Reuters.
As projeções variam de 191 milhões de bushels a 192,5 milhões de bushels, com uma mediana de 191,5 milhões de bushels.
A pesquisa foi realizada antes da divulgação de números do setor pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês), o que deve ocorrer na sexta-feira.
Se confirmado, esse será o maior esmagamento mensal da história, superando o recorde de janeiro de 2020, quando 188,8 milhões de bushels foram processados. O número representaria também uma forte alta em relação a fevereiro (175,3 milhões de bushels) e um avanço de 7% na comparação com março de 2019 (174,9 milhões de bushels).
As fortes margens para o processamento e a demanda robusta por farelo de soja impulsionaram o ritmo de esmagamento em março. Desde então, porém, as margens diminuíram e alguns processadores reduziram as taxas de esmagamento, disseram analistas.
Os estoques de óleo de soja dos EUA ao final de março foram projetados em 2,360 bilhões de libras-peso, leve queda em relação aos 2,377 bilhões de libras-peso ao final de fevereiro, segundo estimativas de seis analistas. Se confirmado, esse seria o primeiro declínio mensal nos estoques após cinco meses consecutivos de altas.