Dólar oscila com demissão de diretora do Fed e prévia da inflação brasileira; bolsa cai

Donald Trump demite diretora do FED
O dólar avançava 0,41% nesta terça-feira (26), sendo negociado a R$ 5,4374 por volta das 15h45. Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, registrava queda de 0,51%, aos 137.317 pontos.
No Brasil, a atenção local ficou com a divulgação da prévia da inflação de agosto, o IPCA-15, em meio às projeções de analistas consultados pelo boletim Focus revisarem para baixo as expectativas pela 13ª semana seguida.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
- Acumulado da semana: -0,19%;
- Acumulado do mês: -3,31%;
- Acumulado do ano: -12,37%.
📈Ibovespa
- Acumulado da semana: +0,04%;
- Acumulado do mês: +3,72%;
- Acumulado do ano: +14,75%.
Trump demite diretora do Fed
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu nesta segunda-feira (25) Lisa Cook, diretora do conselho de governadores do Federal Reserve (Fed). A medida é vista como uma nova escalada dos ataques do republicano à independência do banco central norte-americano.
Apesar de ser legalmente contestável, o republicano afirmou que a medida passa a ter efeito imediato.
“De acordo com minha autoridade sob o Artigo II da Constituição dos Estados Unidos e o Ato do Federal Reserve de 1913, conforme emenda, você está, por meio desta, removida de seu cargo no Conselho de Governadores do Federal Reserve, com efeito imediato”, diz o documento.
Andressa Durão, economista do ASA, comenta que nunca ocorreu demissão por justa causa de um diretor do Fed.
“Trump pode tentar a demissão e Lisa, a princípio, poderia permanecer no cargo e continuar exercendo suas funções enquanto processa o governo contra a decisão — o que pode durar meses ou até anos, a menos que um tribunal determine uma suspensão imediata.”
Segundo a economista, a decisão de Trump gera uma “perda de credibilidade e aumento da insegurança jurídica”, mas ela acredita que o mercado deve passar por cima disso em breve.
“Caso realmente o processo se desenrole e haja saída de Cook do Fed, o resultado será a percepção de um Fed mais ‘dovish’ [postura mais flexível], conforme Trump indique seus membros”, diz a economista.
Prévia da inflação
O item de maior impacto para a deflação do indicador foi a redução dos preços de energia elétrica residencial (-4,93%), após a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto.
O instituto ressalta que, em agosto, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos.
O índice IPCA-15 de agosto representa uma desaceleração na comparação com o mês anterior, quando teve alta de 0,33% para julho. Em agosto de 2024, o IPCA-15 foi de 0,19%. Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,95% na janela de 12 meses.
Apesar da deflação, o resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, que projetava uma queda maior, entre 0,19% e 0,22% no IPCA-15 de agosto.
Bolsas globais
A abertura dos mercados em Wall Street foi marcada por volatilidade, influenciada pela alta nos rendimentos dos Treasuries. A decisão de Donald Trump de demitir uma diretora do Federal Reserve reacendeu preocupações sobre a independência do banco central, o que limitou o apetite por risco.
O índice Dow Jones registrava leve alta de 0,03%, alcançando 45.297,51 pontos. O S&P 500 avançava 0,06%, aos 6.443,31 pontos, enquanto o Nasdaq subia 0,13%, chegando a 21.476,30 pontos.
As bolsas europeias fecharam em queda, pressionadas pela instabilidade política na França. A tensão sobre a autonomia do Fed também contribuiu para a aversão ao risco nos mercados da região.
O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,83%, encerrando o dia aos 554,20 pontos. Em Londres, o Financial Times recuou 0,60%, a 9.265,80 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve queda de 0,50%, fechando em 24.152,87 pontos. Em Paris, o CAC-40 perdeu 1,70%, encerrando aos 7.709,81 pontos.
Na Ásia, os mercados recuaram após fortes altas recentes, com investidores migrando para setores subvalorizados. Apesar da correção, analistas apontam que o impulso positivo pode continuar, sustentado por liquidez e relações estáveis entre China e EUA.
Em Xangai, o índice SSEC caiu 0,39%, encerrando aos 3.868 pontos. O CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzen, recuou 0,37%, a 4.452 pontos.
Em Hong Kong, o Hang Seng teve queda de 1,18%, fechando em 25.524 pontos. Em Tóquio, o Nikkei perdeu 0,97%, a 42.394 pontos. Em Taiwan, o TAIEX avançou 0,11%, a 24.305 pontos.

Notas de dólar. — Foto: Murad Sezer/ Reuters
Notas de dólar. — Foto: Murad Sezer/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters