Embaixador dos EUA em Israel ironiza Macron e sugere que Estado Palestino seja movido para Riviera francesa

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“A ‘declaração’ unilateral de Macron sobre um ‘Estado palestino’ não disse ONDE ele seria. Agora posso revelar com exclusividade que a França vai oferecer a Riviera Francesa, e a nova nação se chamará ‘França-lestina'”, afirmou Huckabee utilizando um trocadilho juntando os nomes “França” e “Palestina” em publicação no X nesta sexta-feira (25).

Macron anunciou que a França reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, e disse esperar que a medida contribua para a paz no Oriente Médio. Com isso, a França se tornaria o mais poderoso país europeu a reconhecer a Palestina. (Leia mais abaixo)

Apesar da fala de Huckabee, é improvável que Macron ofereça a Riviera francesa aos palestinos, porque a França acredita que o Estado Palestino corresponde aos territórios de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, como dispostos na resolução da ONU de 1947. O governo francês não se pronunciou oficialmente sobre a fala do embaixador até a última atualização desta reportagem.

A Riviera francesa é o nome popular de uma faixa do litoral sul da França, que corresponde a uma faixa de pouco mais de 100 km entre as cidades de Saint-Tropez até a fronteira com a Itália. A região contém cidades e vilarejos famosos como Cannes, Nice e o principado de Mônaco, e é conhecida por receber turistas de alto poder aquisitivo.

Outras autoridades dos Estados Unidos, maior aliado de Israel, também criticaram o anúncio de Macron. O presidente Donald Trump disse que o reconhecimento da Palestina pela França é inútil: “Não tem peso nenhum”. Já o secretário de Estado americano, Marco Rubio, chamou o presidente francês de “irresponsável”.

“Os Estados Unidos rejeitam veementemente o plano de Emmanuel Macron de reconhecer um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU. Essa decisão irresponsável apenas serve à propaganda do Hamas e representa um retrocesso para a paz. É um tapa na cara das vítimas de 7 de outubro”, afirmou Rubio.

Fome extrema em Gaza — Foto: Reuters e AFP

O anúncio de Macron ocorreu em um momento de aumento de críticas a Israel por conta da crise humanitária sofrida pelos palestinos de Gaza, consequência da guerra que o governo israelense trava com o grupo terrorista Hamas no território há 21 meses. Relatos de fome extrema e generalizada no enclave se tornaram mais frequentes, e pessoas estão morrendo de fome.

A guerra em Gaza começou após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 israelenses e outros 250 foram feitos reféns. Desde então, o conflito matou mais de 59 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, segundo levantamento do Ministério da Saúde de Gaza —controlado pelo Hamas— corroborado pela ONU.

França reconhecerá Estado Palestino

O presidente da França, Emmanuel Macron, fala durante uma coletiva de imprensa após uma cúpula especial de líderes da União Europeia para discutir a guerra na Ucrânia e a defesa europeia, em Bruxelas, na Bélgica. — Foto: REUTERS/Christian Hartmann

O presidente da França, Emmanuel Macron, fala durante uma coletiva de imprensa após uma cúpula especial de líderes da União Europeia para discutir a guerra na Ucrânia e a defesa europeia, em Bruxelas, na Bélgica. — Foto: REUTERS/Christian Hartmann

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (24) que o país vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. Ele disse esperar que a medida contribua para a paz no Oriente Médio.

O anúncio foi feito na rede social X, junto com a publicação de uma carta enviada ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. No documento, Macron confirma a intenção da França de se tornar a primeira grande potência ocidental a reconhecer o Estado palestino.

“Fiel ao compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina”, escreveu Macron. “Farei esse anúncio solene na Assembleia Geral da ONU em setembro.”

Homens caminham carregando sacos de farinha que foram retirados de um caminhão que transportava alimentos, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025 — Foto: AFP

Homens caminham carregando sacos de farinha que foram retirados de um caminhão que transportava alimentos, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025 — Foto: AFP

A França abriga as maiores comunidades judaica e muçulmana da Europa. Com a decisão, o país deve impulsionar um movimento que, até agora, era liderado por nações menores e mais críticas a Israel.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a decisão do governo francês “recompensa o terror e corre o risco de criar mais um representante do Irã”.

A medida também deve gerar reações negativas nos Estados Unidos. Em junho, em um telegrama diplomático, Washington afirmou que se opõe a qualquer iniciativa que reconheça unilateralmente um Estado palestino.

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