EUA chamam conferência da ONU sobre solução de dois Estados para Israel de ‘golpe publicitário’

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, fala durante uma coletiva de imprensa com o ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan Al-Saud, copresidente de uma conferência internacional de alto nível das Nações Unidas , organizada pela França e pela Arábia Saudita para trabalhar em prol de uma solução de dois Estados entre Israel e os palestinos — Foto: REUTERS/Kylie Cooper

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, fala durante uma coletiva de imprensa com o ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan Al-Saud, copresidente de uma conferência internacional de alto nível das Nações Unidas , organizada pela França e pela Arábia Saudita para trabalhar em prol de uma solução de dois Estados entre Israel e os palestinos — Foto: REUTERS/Kylie Cooper

Os Estados Unidos rejeitaram uma conferência das Nações Unidas que reuniu dezenas de ministros para trabalhar em prol de uma solução de dois Estados entre Israel e os palestinos, nesta segunda-feira (28), em Nova York.

Em um comunicado, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, chamou a proposta de “golpe publicitário”:

“Este é um golpe publicitário que ocorre em meio a delicados esforços diplomáticos para encerrar o conflito. Longe de promover a paz, a conferência prolongará a guerra, encorajará o Hamas, recompensará sua obstrução e minará os esforços reais para alcançar a paz”.

A reunião da ONU desta segunda também foi boicotada por Israel. Organizada pela França e pela Arábia Saudita, a conferência estava marcada para ocorrer desde setembro do ano passado e chegou a ser adiada em junho depois que as tropas israelenses atacaram o Irã .

Em seu discurso, o Ministro das Relações Exteriores saudita Faisal bin Farhan Al-Saud pediu que todos os países apoiassem o objetivo da conferência de um roteiro que estabeleça os parâmetros para um Estado palestino, ao mesmo tempo em que garanta a segurança de Israel .

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez o discurso de abertura.

“Devemos garantir que isso não se torne mais um exercício de retórica bem-intencionada. Pode e deve servir como um ponto de virada decisivo — um que catalise o progresso irreversível em direção ao fim da ocupação e à concretização de nossa aspiração compartilhada por uma solução viável de dois Estados”, defendeu.

O primeiro-ministro palestino Mohammad Mustafa — um funcionário da Autoridade Palestina que exerce autonomia limitada na Cisjordânia sob ocupação israelense — pediu a todos os países que “reconheçam o Estado da Palestina sem demora”, acrescentando:

“O caminho para a paz começa com o reconhecimento do Estado da Palestina e sua preservação da destruição. Os direitos de todos os povos devem ser respeitados, a soberania de todos os Estados deve ser assegurada. A Palestina e seu povo não podem mais ser a exceção”.