EUA retiraram tarifa de 10% sobre exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel, diz ministério

Brasil comemora alívio para celulose e ferro-níquel, mas parte das exportações ainda enfrenta tarifas elevadas dos EUA. — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Brasil comemora alívio para celulose e ferro-níquel, mas parte das exportações ainda enfrenta tarifas elevadas dos EUA. — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou na quinta-feira (11), um decreto emitido pelo governo dos Estados Unidos na semana passada retirou a alíquota de 10% sobre a maior parte das exportações brasileiras de celulose e de ferro-níquel ao país.
Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,84 bilhão desse grupo de itens para os EUA, o equivalente a 4,6% das vendas totais para aquele mercado.
A celulose, sobretudo as pastas químicas de madeira (conífera e não conífera), respondeu sozinha por US$ 1,55 bilhão. Ao somar esses produtos a outros já isentos de sobretaxas, 25,1% das exportações brasileiras para os EUA ficariam fora do alcance das tarifas extras.
Segundo o MDIC, outros dez produtos tiveram a tarifa de 10% suspensa, mas seguem sujeitos à alíquota de 40%, caso de minerais brutos, níquel e herbicidas — juntos, responsáveis por US$ 113 milhões em vendas ao mercado norte-americano em 2024.
“Essa decisão representa um avanço, sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para reduzir as tarifas”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
Por outro lado, a ordem executiva endureceu as regras para outros setores. Cerca de 76 produtos brasileiros permanecem sujeitos às tarifas, e sete itens — principalmente insumos químicos e plásticos industriais — passaram a pagar 10% adicionais, além da sobretaxa de 40% exclusiva para o Brasil.

Donald Trump durante pronunciamento à imprensa na Casa Branca, em 5 de setembro de 2025 — Foto: Reuters/Brian Snyder
Donald Trump durante pronunciamento à imprensa na Casa Branca, em 5 de setembro de 2025 — Foto: Reuters/Brian Snyder
Em julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa extra de 40%, que somada à alíquota já existente, elevou a taxação total para 50%.
Segundo o secretário Uallace Moreira, do Mdic, o Plano Brasil Soberano buscou atender o máximo possível das demandas do setor privado. O pacote é resultado de 39 reuniões conduzidas pelo vice-presidente e sua equipe com 389 entidades produtivas e empresários.
“A gente vai avaliar e verificar o quão ela é suficiente ou não”, afirma Moreira. “Dentro dessa realidade, esse pacote, esse plano, pode se readaptar. A gente pode discutir, aprimorar”, explica.

Infográfico – Plano de socorro do governo a empresas afetadas pelo tarifaço de Trump. — Foto: Arte/g1
Infográfico – Plano de socorro do governo a empresas afetadas pelo tarifaço de Trump. — Foto: Arte/g1
Com informações da agência de notícia Reuters.
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