Governo Bukele impõe código de vestimenta e corte de cabelo a estudantes; moicano é proibido

Ao menos na forma, o presidente Nayib Bukele instituiu mudanças disciplinares no sistema educacional de El Salvador.

Nomeada ministra de Educação, a capitã Karla Trigueros adotou um rígido código de vestimenta para os estudantes, que deverão usar uniforme limpo e arrumado, ter o corte de cabelo apropriado e apresentar um comportamento respeitoso ao entrarem diariamente na escola.

De acordo com um memorando enviado a diretores de colégios, quem não cumprir as regras terá redução de notas e deverá realizar serviço comunitário.

Vestida com uniforme militar camuflado, a ministra, que também é médica, supervisionou pessoalmente o ingresso dos alunos.

O efeito das novas diretrizes foi comprovado em barbearias e salões de beleza lotados de jovens, obrigados a erradicar de suas cabeças os cortes proibidos pelo governo: o moicano ou o conhecido como Edgar, muito comum entre os latinos, que se compara ao corte tigela.

Cartaz mostra cortes permitidos para estudantes de El Salvador — Foto: Ministério da Educação de El Salvador / Divulgação

Cartaz mostra cortes permitidos para estudantes de El Salvador — Foto: Ministério da Educação de El Salvador / Divulgação

Bukele abraçou a medida, contestada por várias entidades sindicais de professores, que a consideraram ditatorial e advertiram contra a militarização da educação no país.

“Para construir o El Salvador que sonhamos, é claro que precisamos transformar completamente nosso sistema educacional”, argumentou o controverso presidente no X, acrescentando as palavras Deus, união e liberdade à sua declaração.

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Bukele ressaltou o duplo status de capitã e médica de sua nova ministra da Educação e a necessidade de quebrar paradigmas.

O presidente se opôs à comunidade LGBTQIA+ e à ideologia de gênero.

“É antinatural, anti-Deus e antifamília”, afirmou.

Proibir cortes de cabelo que são tendências entre os estudantes é apenas o começo.