Governo Trump demite funcionários e caça visto de críticos de ativista Charlie Kirk; brasileiro teve entrada proibida

Atentado a Charlie Kirk: imagens inéditas de brasileiros que presenciaram o assassinato
Após anos de queixas da direita sobre a “cultura do cancelamento” promovida pela esquerda, o governo de Donald Trump iniciou uma série de retaliações a críticos do ativista conservador Charlie Kirk, que foi assassinado na semana passada.
A campanha, realizada também por ativistas da direita norte-americana, mira empresas, funcionários públicos, educadores, veículos de imprensa, rivais políticos e outros acusados de promover discursos de ódio.
O brasileiro disse, ao comentar uma publicação no Instagram: “um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical”, em referência ao atirador.
Além do médico brasileiro, o governo e apoiadores demitiram servidores públicos, professores, um funcionário de uma loja de departamentos e um comentarias de TV.
- Companhias aéreas americanas como American Airlines, Delta e United também afastaram funcionários por comentários feitos nas redes sociais sobre o assassinato de Kirk. O secretário de Transportes do governo Trump, Sean Duffy, disse no final de semana que “esse comportamento é repugnante. e eles [funcionários afastados] deveriam ser demitidos”;
- A senadora Marsha Blackburn, republicana do Tennessee, pediu nas redes sociais pela demissão de um reitor assistente da Universidade Middle Tennessee e de professores da Universidade Austin Peay e Cumberland — os três acabaram demitidos por comentários considerados inapropriados. Um deles disse que Kirk “deu voz ao seu destino”;
- Pelas redes sociais, usuários também têm apontado e criticado pessoas pessoas que expressaram simpatia pela morte de Kirk, como a atriz Kristin Chenoweth;

Charlie Kirk em conferência de Maryland, nos EUA, em 2019 — Foto: Kevin Lamarque/Reuters
Charlie Kirk em conferência de Maryland, nos EUA, em 2019 — Foto: Kevin Lamarque/Reuters
O subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, afirmou nas redes sociais que “estrangeiros que glorificam a violência e o ódio não são visitantes bem-vindos em nosso país”.
Já Trump sugeriu no domingo (14) que já estava usando o governo para investigar seus adversários políticos quando questionado se seu governo lançaria investigação sobre a morte do ativista.
“Eles já estão sob grande investigação, muitas das pessoas que você tradicionalmente diria que estão à esquerda”, disse Trump a repórteres.
Enquanto políticos e influenciadores conservadores exaltam Charlie Kirk como um defensor da liberdade de expressão, eles também estão defendendo as retaliações aos discursos de ódio.
O diretor da Fundação para Direitos Individuais e Expressão, Adam Goldstein, disse que a tendência é um dos maiores testes para a direita “de aceitação da Primeira Emenda” à Constituição norte-americana, frequentemente usada por grupos conservadores para defender declarações públicas polêmicas.
Goldstein observou que o Departamento de Estado de Trump, minutos após a morte de Kirk, alertou que revogaria os vistos de qualquer estrangeiro que celebrasse o assassinato de Kirk.
“Não consigo me lembrar de outro momento em que os Estados Unidos tenham alertado as pessoas sobre o cancelamento iminente”, disse Goldstein.
Como os conservadores se sentiam anteriormente anulados pela esquerda por suas opiniões, Trump, em seu primeiro dia de retorno ao cargo, assinou um decreto proibindo todos os membros do governo federal de se envolverem em condutas que “restringissem inconstitucionalmente a liberdade de expressão de qualquer cidadão norte-americano”.
Em fevereiro, na Conferência de Segurança de Munique, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, criticou o governo anterior, do democrata Joe Biden, por encorajar “empresas privadas a silenciar pessoas que ousaram dizer o que se revelou uma verdade óbvia” sobre a pandemia.
Ele criticou os países europeus por censurarem o discurso político. “Sob a liderança de Donald Trump, podemos discordar de suas opiniões, mas lutaremos para defender seu direito de expressá-las publicamente, concordem ou discordem”, disse Vance na época.
“Acredito que o presidente Trump vê isso como um ataque ao seu movimento político. Isso é único e diferente. É um ataque a um movimento usando violência. E é assim que a maioria dos republicanos vê este caso”, disse o senador Lindsey Graham, à rede americana NBC ao citar a morte de Kirk e lembrando também as duas tentativas de assassinato contra Trump.

Atentado a Charlie Kirk: imagens inéditas de brasileiros que presenciaram o assassinato