Líder do governo, Jucá diz que áudio da JBS pode prejudicar várias delações
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu nesta terça-feira (5) que o novo áudio da JBS pode comprometer várias delações. O peemedebista mencionou inclusive delações em que ele mesmo é citado. “Existem agora dúvidas sobre várias delações, não é sobre uma delação só. O senhor [Rodrigo] Janot está falando de um caso, mas, se a gente pegar o fio da meada, vai ver que o [ex-procurador] Marcelo Miller, ele organizou delação do Sergio Machado, [Nestor] Cerveró, Delcídio [Amaral], do Joesley [Batista]”, disse o senador. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou nesta segunda-feira (4) abertura de investigação que pode levar ao cancelamento da delação de três executivos do grupo J&F, dono da empresa JBS. Janot, que deixa o cargo no dia 17 de setembro, citou indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no processo de negociação do acordo. O problema surgiu após os delatores entregarem à PGR (Procuradoria-Geral da República), na semana passada, novos áudios. Em uma conversa de cerca de quatro horas entre Joesley e Ricardo Saud –que aparentemente não sabiam que estavam se gravando–, há indícios de crimes cometidos por agentes da PGR e do STF (Supremo Tribunal Federal). INVESTIGAÇÃO Jucá defendeu que o Legislativo pode fazer uma investigação própria em relação ao caso. “O Congresso tem que acompanhar essa investigação, talvez até fazer uma investigação própria, independente, exatamente pra ter a verdade. Os fatos são fatos graves, podem ser identificados omissão, crime, muitas coisas. Há muitas coincidências que precisam ser investigadas.” O líder do governo evitou comentar a possibilidade de Janot apresentar uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer e disse que a primeira foi uma “armação”. “Não sei qual é a denúncia que o Janot ia apresentar. Se ele tem consciência, se tem responsabilidade e certeza, ele apresenta. Se ele não tem, não espero que seja mais uma posição melancólica e esquecida ou incorreta do Ministério Publico, como foi a primeira denúncia”, disse.