‘Não tem o que fazer’: empresários estão pessimistas e veem tarifaço como ‘inevitável’

Empresariado de São Paulo demonstra pessimismo com tarifaço de Trump

Empresariado de São Paulo demonstra pessimismo com tarifaço de Trump

“Chega o dia 1º e o Brasil não chega a um acordo”, disse um representante da indústria.

Entre as razões citadas pelos empresários está a dificuldade que o Brasil tem enfrentado em negociar com o país norte-americano.

“Não tem o que fazer”, disse um empresário do agronegócio.

Ainda há alguma expectativa de que o empresariado norte-americano consiga pressionar o governo Trump para limitar as tarifas impostas ao Brasil, mas a leitura é que os efeitos práticos disso tendem a ser limitados.

“Não sei se os empresários norte-americanos estão tão dispostos assim a brigar pelo Brasil, porque eles também têm os interesses deles por lá”, afirma um empresário. “Não é fácil, nem fluido.”

Para setores da indústria e do agronegócio, parte do que explica a dificuldade das negociações entre o Brasil e os Estados Unidos é o teor político por trás da ameaça tarifária de Trump. O republicano já afirmou mais de uma vez que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe é uma “caça às bruxas” e já indicou que está aplicando tarifas mais altas ao Brasil por conta do ex-presidente.

“A situação ainda piora muito antes de melhorar”, disse outro representante de um setor industrial.

A preocupação com a proximidade do tarifaço também levanta preocupações sobre os efeitos das tarifas nas empresas que exportam para os EUA, em especial nas de pequeno porte.

Representantes já indicam a necessidade de medidas de auxílio para aliviar eventuais impactos econômicos ao setor privado, e enxergam como positivas as iniciativas recentemente divulgadas.

Iniciativas que foram criadas durante a pandemia também são vistas como uma saída para este momento, na visão dos setores.

O Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), a dilatação do prazo do pagamento de impostos e uma eventual redução de jornada de trabalho com redução proporcional de salário, por exemplo, foram citados como alternativas.

Trump e Lula — Foto: AFP

Trump e Lula — Foto: AFP