Soja: Com embarques dos EUA abaixo do esperado, mercado realiza lucros na CBOT nesta 2ª

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, nesta segunda-feira (4), seu novo boletim semanal de embarques de grãos e o volume de soja ficou bem abaixo das expectativas dos traders e pressionou os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago.
O país embarcou, na semana encerrada em 31 de março, 206,974 mil toneladas de soja, contra 567,846 mil da semana anterior e frente às projeções que oscilavam entre 300 mil e 490 mil toneladas. No acumulado da presente temporada, o total dos embarques é de 41.624,221 milhões de toneladas, contra 44.892,343 milhões do mesmo período do ano safra 2014/15.
Os preços da soja iniciaram o dia dando continuidade aos ganhos registrados na última semana na CBOT, renovando suas máximas dos últimos sete meses e meio, porém, os números do USDA pesaram sobre o andamento das cotações. Assim, por volta de 12h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 3 e 3,50 pontos, com o maio/16 – referência para a safra brasileira, cotado a US$ 9,14 por bushel, e o o agosto/16 a US$ 9,25. Mais cedo, as posições mais distantes chegaram a bater nos US$ 9,30.
Segundo analistas internacionais, um dos mais fortes estímulos para as cotações no mercado futuro norte-americano vem de um dólar mais baixo no cenário internacional. Paralelamente, ainda de acordo com analistas, os fundos mais presentes na ponta compradora do mercado e as primeiras informações de clima nos EUA interferindo no início da nova safra americana também são pontos observados.
Ao mesmo tempo, nesta manhã de segunda-feira, os futuros do petróleo voltam a recuar na Bolsa de Nova York e pode pressionar as cotações, ou ao menos limitar os ganhos da oleaginosa. Perto das 13h, a commodity caía 0,68% e valia US$ 36,54 por barril.

Mercado Brasileiro
Já no mercado nacional, os preços, no início da tarde desta segunda-feira, não atuavam em uma direção bem definida. Ao mesmo tempo em que os preços recuavam ligeiramente na Bolsa de Chicago, o dólar voltava a subir hoje e dava algum suporte à formação dos valores.
A moeda norte-americana subia 1,15% e era negociada a R$ 3,604 e ainda permanece no foco dos investidores os desdobramentos políticos nacionais que a semana reserva ao Brasil.
“A crise política é o principal fator afetando os mercados locais. As notícias não param de chegar de Brasília”, disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa á agência de notícias Reuters.
E com isso, a soja disponível negociada no porto de Rio Grande, perdia 0,27% para ser cotada a R$ 74,80 e já o produto no mercado futuro, com embarque previsto para junho deste ano, registrava uma pequena alta de 0,39% e valia R$ 76,30.