Soja: Extensão do plantio no PR abre discussão sobre possibilidade da safrinha
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – ADAPAR – divulgou, nesta quarta-feira (20), uma portaria permitindo, em caráter exepcional para a safra 2017/18, o plantio da soja atér 14 de janeiro em todo o estado na sucessão do milho ou do feijão.
Segundo a nota da agência, a medida se deu em razão “das condições meteorológicas adversas no mês de setembro de 2017, registradas em dados oficiais, que dificultaram o estabelecimento e o desenvolvimento das culturas de milho e feijão, postergando a semeadura da cultura da soja, em segunda safra”.
A portaria acabou abrindo espaço para uma retomada das discussões entre lideranças e produtores brasileiros, além de pesquisadores do assunto, sobre a safrinha de soja. No entanto, em entrevista ao Notícias Agrícolas, o diretor presidente da agência afirma não se tratar de uma liberação do plantio de soja safrinha. Um dos focos principais da discussão é a questão da ferrugem asiática.
Ainda segundo Kroetz, as ferramentas disponíveis permitem com que os solos fiquem 90 dias sem hospedeiro vivo para mitigar o risco de doenças. A partir de 10 de setembro de 2018, um novo plantio de soja está liberado, desde que, neste período, ainda não haja planta verde no solo.
“É uma extensão em função das adversidades climáticas ocorridas durante o calendário oficial do estado do Paraná este ano para esta safra 2017/18”, diz. A colheita destas lavouras que podem ser cultivadas até 14 de janeiro deve ser concluída até 15 de maio. “Foi tudo calculado e suportado pela pesquisa científica. Esperamos ter feito o melhor em conceder esses 14 dias”, completa.
Veja mais, na íntegra da entrevista de Inácio Kroetz:
>> Safra 2017/18: Portaria da Adapar estende calendário de plantio da soja no Paraná
Na outra ponta do debate, o pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Moreira Soares, afirma que a portaria da Adapar traz preocupações, especialmente porque as lavouras cultivadas mais tarde estão mais suscetíveis à ferrugem.
Afinal, um dos mecanismos utilizados no Paraná para o manejo da doença tem sido o de adiantar o plantio para escapar de uma pressão maior da ferrugem. “Tecnicamente, em relação à ferrugem, ficamos um pouco mais preocupados em relação a essa medida, que exige uma atenção redobrada para a doença”, salienta.
No link a seguir, confira mais informações na entrevista de Rafael Soares:
>> Soja: Com ampliação do período de plantio no Paraná, produtores devem redobrar atenção com a ferrugem
De acordo com informações do Consórcio Antiferrugem, o estado paraense lidera os casos de ferrugem nesta temporada, com 13 casos reportados até o momento.