Tarifaço: Haddad diz que negociações evoluíram, e que conversas continuam mesmo após 1º de agosto

Haddad diz que negociações com EUA continuarão mesmo após início do tarifaço
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (30) que as negociações com os Estados Unidos continuam mesmo após o início do tarifaço, marcado para esta sexta-feira (1º).
“O [vice] presidente Alckmin, como eu tenho dito, tem mantido relações, uma comunicação com a sua contraparte [dos Estados Unidos]. E as conversas estão evoluindo. E, na minha opinião, vão continuar evoluindo. Independentemente da decisão que foi tomada dia 1º, ela não vai significar o fim, o término. É o começo de uma conversa”, declarou Haddad.
Haddad reafirmou que houve uma boa evolução nas conversas nesta semana, com o início de negociações mais frequentes entre os dois governos.
“Essa semana foi melhor. E se depender do Brasil, essa tensão desaparece, porque ela é artificial. E produzida por pessoas do próprio país, quer dizer, faz sentido alimentar essa tensão. Brasileiros lá alimentaram essa tensão. Essa tensão vai se dissipar. Quando ela se dissipar, a racionalidade vai conduzir os seus trabalhos. E nós vamos chegar a um denominador”, acrescentou o ministro da Fazenda.
O ministro disse, ainda, que vem buscando contato com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, mas que ele está com agenda ocupada, fechando acordos na Europa.
“A assessoria dele pediu um pouco de paciência em função das missões que ele está cumprindo lá, mas disse que, ao regressar os Estados Unidos, haveria possibilidade de mais conversas’, explicou Haddad.

Estados devem sentir impacto do tarifaço de forma desigual
Tarifaço dos EUA
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Trump e Lula — Foto: AFP
Trump e Lula — Foto: AFP
Plano de apoio às empresas
Questionado se o programa de apoio às empresas e aos trabalhadores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos será anunciado na próxima sexta, se o tarifaço entrar em vigor, Haddad disse que isso cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da da Silva decidir.
Nesta semana, Haddad afirmou que um plano de proteção ao emprego, nos moldes do que aconteceu na pandemia da Covid-19 — quando o governo pagava parte ou mesmo a íntegra de salários de empregados do setor privado e, em troca, as empresas deveriam garantir por algum tempo a manutenção destas contratações — é uma opção que está na mesa.
“Dentre os vários cenários, há lei que estabelece esse tipo de… [programa]. Mas não sei qual o cenário que o presidente vai optar, por isso que eu não posso adiantar as medidas que vão ser adotadas por ele. Como são vários cenários, todo tipo de medida cabe em algum deles. Mas quem vai decidir a escala, o montante, a oportunidade, a conveniência e a data é o presidente [Lula]”, afirmou Haddad, na ocasião.