Trump reitera ‘decepção’ com Putin e reduz prazo para Rússia terminar guerra na Ucrânia antes de endurecer sanções
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Trump reitera ‘decepção’ com Putin e diz que irá reduzir prazo dado à Rússia para endurecer sanções em 28 de julho de 2025. — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein
Trump reitera ‘decepção’ com Putin e diz que irá reduzir prazo dado à Rússia para endurecer sanções em 28 de julho de 2025. — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (28) que reduzirá o prazo de 50 dias que havia dado à Rússia para finalizar a guerra na Ucrânia, sob a ameaça de aplicar “tarifas severas” de 100%. Segundo Trump, o novo prazo será “de 10 a 12 dias” a partir de hoje, e será confirmado nesta noite ou na terça.
“Estou decepcionado com o presidente [Vladimir] Putin. Vou reduzir aqueles 50 dias que dei para um número menor, porque acho que já sei qual vai ser a resposta do que vai acontecer”, disse Trump ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, antes de uma reunião na Escócia.
O presidente americano que, se fosse por ele, já teria finalizado a guerra na Ucrânia em quatro ocasiões diferentes, mas que o líder russo se opunha e “começava a lançar foguetes contra alguma cidade ucraniana, como Kiev, e matar pessoas”.
“Não estou mais tão interessado em conversar [com Putin]”, afirmou Trump quando perguntado por repórteres sobre uma possível reunião com o líder russo para tratar sobre o fim do conflito.
Com a fala nesta segunda-feira, Trump reforça a impressão de que Putin tenta o “enrolar”, apenas fingindo querer um cessar-fogo na Ucrânia, e busca aumentar a pressão sobre o líder russo pelo fim do conflito, que completou três anos em fevereiro. A Ucrânia felicitou a redução do prazo dado por Trump a Putin.
O Kremlin afirmou nesta segunda-feira que não descarta uma reunião entre Putin e Trump na China em setembro, caso o presidente americano visite o país na mesma data que o líder russo. Putin planeja viajar à China para as comemorações do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no início de setembro.
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Trump disse em 14 de julho que o valor das tarifas será de “cerca de 100%” além dos valores já atualmente aplicados. Já a Casa Branca, em comunicado após a declaração do presidente dos EUA, afirmou que a taxa aplicada a Moscou será de fato de 100% caso não haja cessar-fogo no período de 50 dias.
“Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias”, disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca.
No encontro com Rutte, Trump também disse que o comércio é “excelente para resolver guerras” para justificar o aumento das tarifas à Rússia que ele ameaçou aplicar.
Logo após a guerra da Ucrânia começar, em março de 2022, os EUA aplicaram um amplo pacote de sanções econômicas à Rússia, o que praticamente inviabilizou o comércio de bens e mercadorias entre os dois países. Até por isso, o governo de Vladimir Putin não entrou na ampla lista de países afetados pelo tarifaço anunciado por Trump em abril.
Apesar das sanções, no entanto, as relações comerciais entre EUA e Rússia ainda existem. Só em 2024, o comércio total entre os dois países chegou a US$ 3,5 bilhões, com a compra e venda de mercadorias como fertilizantes, metais e até combustível nuclear, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA.
Armas à Ucrânia
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Míssil sendo disparado de sistema de defesa aéreo Patriot. — Foto: Reprodução/Raytheon Technologies
Míssil sendo disparado de sistema de defesa aéreo Patriot. — Foto: Reprodução/Raytheon Technologies
No encontro, Trump disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev, com quem teve desavenças ao longo deste ano (leia mais abaixo).
O Patriot é o mais avançado sistema de defesa que o Ocidente já enviou à Ucrânia, e cada unidade custa cerca de US$ 3 milhões (R$ 15,6 milhões).
Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará os mísseis bloqueadores do Patriot — que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos — como também disse que mandará, por meio da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas.
“Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias… alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo com as baterias”, disse.