Tyler Robinson, principal suspeito de assassinar Charlie Kirk, é indiciado por homicídio e pode pegar pena de morte

Foto divulgada pela polícia de Utah mostra o norte-americano Tyler Robinson, suspeito de matar o ativista de direita Charlie Kirk, em 12 de setembro de 2025. — Foto: Governo do Utah via AP
Foto divulgada pela polícia de Utah mostra o norte-americano Tyler Robinson, suspeito de matar o ativista de direita Charlie Kirk, em 12 de setembro de 2025. — Foto: Governo do Utah via AP
Tyler Robinson, principal suspeito de assassinar Charlie Kirk, foi indiciado por homicídio agravado pela Justiça dos EUA nesta terça-feira (16). A acusação significa que Robinson pode enfrentar a pena de morte se for condenado.
Robinson, de 22 anos, também foi acusado de disparo de arma de fogo — crime passível de prisão perpétua — e de obstrução da Justiça, punível com até 15 anos de prisão.
A Promotoria de Utah, afirmou nesta terça, que Robinson disse ao colega de quarto que matou Kirk porque tinha “se cansado do ódio dele” e que planejou o crime por mais de uma semana. Segundo as autoridades, o suspeito também disse que esperava manter sua participação no ataque em segredo até ficar velho.
A polícia prendeu Tyler Robinson na sexta-feira (12), após 33 horas de buscas. Kash Patel, diretor-geral do FBI, afirmou que os policiais encontraram indícios “físicos” que comprovam que a autoria do crime é do suspeito preso.
As buscas mobilizaram o FBI e policiais locais, mas foram amigos e a própria família do suspeito que o convenceram a se entregar, segundo a Promotoria de Utah.
Dias antes, ainda de acordo com os amigos do suspeito, Robinson havia relatado a eles que Charlie Kirk estaria em Utah para uma palestra a jovens universitários e disse não gostar do ativista. Ele, depois, confessou o crime a pessoas próximas, ainda segundo a polícia.
Mais cedo, entrevista à rede de TV Fox News, Donald Trump disse que o próprio suspeito foi voluntariamente até uma delegacia local após um pastor local, que também é policial, delatá-lo a seu pai, que então o convenceu a se entregar.
O diretor do FBI e o governador não comentaram a declaração de Trump na coletiva.

Montagem mostra Tyler Robinson, suspeito de assassinar o ativista conservador Charlie Kirk, apoiador de Donald Trump, em 12 de setembro de 2025. — Foto: Governo do Utah via AP e Reuters
Montagem mostra Tyler Robinson, suspeito de assassinar o ativista conservador Charlie Kirk, apoiador de Donald Trump, em 12 de setembro de 2025. — Foto: Governo do Utah via AP e Reuters
Ainda de acordo com o governador do Utah, o suspeito não era aluno da universidade Utah Valley, onde o crime ocorreu. No entanto, no dia em que Kirk deu a palestra na instituição, ele foi até a universidade dirigiu seu carro. Depois do crime, trocou de roupa e fugiu a pé, segundo o governador.
Parentes relataram à polícia que o suspeito radicalizou seu discurso político nos últimos anos.
Segundo o jornal “The New York Times”, também com base em fontes, o suspeito estava a cerca de 400 quilômetros da universidade onde atirou contra Charlie Kirk.
Mais cedo, ao anunciar uma provável captura do suspeito, Trump defendeu a pena de morte no caso de o detido ser acusado pelo assassinato de Charlie Kirk.
“Espero que se aplique a pena de morte. Eles têm pena de morte no Utah”, afirmou o presidente norte-americano, que era próximo de Kirk, em entrevista à rede de TV Fox News.

Mais de 24 horas após o crime, FBI busca assassino de Charlie Kirk
Na noite de quinta-feira, novas imagens da universidade registraram o momento em que um homem pula de um telhado e corre logo após o crime (veja acima).
Investigações

FBI divulga foto de suspeito da morte de Charlie Kirk — Foto: X / Reprodução
FBI divulga foto de suspeito da morte de Charlie Kirk — Foto: X / Reprodução
Investigadores do caso entrevistaram mais de 200 pessoas e coletaram mais de 7.000 pistas, segundo a polícia.
As imagens mostravam um homem com um boné preto, óculos escuros, tênis e uma camiseta preta com uma estampa que parece ser a bandeira norte-americana. Na coletiva desta sexta, as autoridades não informaram se o homem da primeira foto é o suspeito detido pela polícia.

Charlie Kirk, ativista de direita e aliado de Trump, é morto com tiro no pescoço enquanto discursava em universidade nos EUA — Foto: Reprodução/TV Globo
Charlie Kirk, ativista de direita e aliado de Trump, é morto com tiro no pescoço enquanto discursava em universidade nos EUA — Foto: Reprodução/TV Globo
O assassinato

Mapa mostra local onde o ativista conservador Charlie Kirk foi assassinado, em Utah, nos EUA, em 10 de setembro de 2025. — Foto: arte/ g1
Mapa mostra local onde o ativista conservador Charlie Kirk foi assassinado, em Utah, nos EUA, em 10 de setembro de 2025. — Foto: arte/ g1
Charlie Kirk foi atingido por um tiro no pescoço quando debatia com estudantes no campus. As autoridades acreditam que um único tiro foi disparado de um telhado a quase 200 metros de distância.
Um fuzil de alta potência foi localizado em uma área arborizada que a polícia acredita ter sido a rota de fuga do suspeito.
“Ele defendia a não violência”, disse Trump sobre um de seus mais importantes aliados, considerado responsável por impulsionar sua vitória presidencial ao conquistar o eleitorado jovem.
O corpo de Kirk foi levado na quinta-feira para Phoenix, Arizona, no avião do vice-presidente JD Vance, que ajudou a carregar o caixão. A viúva, Erika Kirk, também estava a bordo da aeronave.
‘Mudou o clima político’

VÍDEO mostra momento em que Charlie Kirk é baleado durante evento em universidade nos EUA
O crime foi condenado por ambos os lados do espectro político, em uma rara demonstração de consenso na extremamente polarizada opinião pública americana.
No entanto, teorias conspiratórias e mensagens confrontadoras proliferam nas redes sociais. “Eles estão em guerra contra nós”, reagiu na quarta-feira o jornalista Jesse Watters, da Fox News.
Kirk foi assassinado justamente enquanto respondia à pergunta de um jovem sobre os tiroteios nos Estados Unidos.
Pai de dois filhos e defensor de valores conservadores e cristãos, Kirk era muito conhecido no cenário político norte-americano por fundar a organização “Turning Point USA” em 2012, cuja missão era promover ideias conservadoras entre os jovens.
Ele tinha uma imensa audiência nas redes sociais e comparecia regularmente a universidades para debater em pleno campus, sob uma tenda, com os estudantes.
“Ele realmente mudou o clima político nos campi americanos, levando os jovens a considerarem as ideias conservadoras de maneira diferente”, disse Dave Sanchez, que participava do evento de quarta-feira.
O crime chocou o país, que registrou um aumento da violência política nos últimos anos.
Trump foi vítima de duas tentativas de assassinato durante a campanha eleitoral de 2024.
Este ano, a congressista democrata Melissa Hortman e seu marido foram assassinados, e a casa do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, foi incendiada.